Introdução

Para que hoje pudéssemos ter a esperança da vida eterna, Cristo deixou sua glória e habitou entre nós (Fl 2.5-8). Veio para realizar a obra de salvação de todos aqueles que creem em seu nome. Por meio desse nome poderoso fomos reconciliados com Deus para gozarmos da paz e da alegria que são decorrentes do sacrifício de Jesus e de sua vitória sobre a morte. É sobre este tema que vamos discorrer neste pequeno estudo.

Momentos que antecederam à crucificação

Jesus compareceu a uma festa em Jericó, na casa de Simão, o leproso, onde Maria o ungiu com perfumes caros e enxugou-lhes os pés com os cabelos. Judas protestou contra esse ato, por achar que era um desperdício de dinheiro. Jesus elogiou a mulher e ressaltou que ela o estava ungindo para o seu sepultamento que se aproximava (Mt. 26.12; Mc 14.3-9)

No dia seguinte, Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho sobre o qual seus seguidores estenderam as vestes (Jo 12.12ss). Os peregrinos que vinham para a Páscoa enchiam a estrada, abanando ramos e palmeiras e aclamando Jesus como Messias.

Os fariseus pediram que Jesus repreendesse seus seguidores, porém ele respondeu que se estes se calassem, as pedras clamariam (Lc 19.40).

Jesus cumpriu sua missão (João 19. 28-30)

Poderíamos nos limitar a dizer que quando o Senhor viu que tudo estava consumado, conforme o versículo 28, provavelmente, estava referindo-se ao processo de sua crucificação. Mas não era só isso. Jesus cumpriu sua missão em todos os sentidos, desde o seu nascimento.

Seu nascimento, por exemplo, foi numa condição precária, humilde. Logo em seguida, seus pais tiveram que fugir para o Egito, por causa de ameaças de morte. O rei Herodes ficara sabendo que o rei dos judeus havia nascido. Isso o deixou preocupado e perplexo a ponto de pedir a matança de todos os meninos recém-nascidos.

No início do ministério de Jesus, até mesmo seus irmãos descriam dele (Jo 7.3-5). As autoridades da época procuravam meios para detê-lo a qualquer custo. Em meio a todas aquelas circunstâncias, Jesus chegou a afirmar que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20).

No entanto, agora, tudo estava consumado! Sua missão chegara ao fim naquela cruz sangrenta. Algumas horas antes, havia sido esbofeteado, além de sofrer açoites e ser ridicularizado pelos fariseus e sacerdotes.

Mas agora tudo estava terminado. Estava consumado! “Tetélestai” (v. 30).

Quando Jesus disse “Tetélestai”, não foi apenas o fim de uma vida de sofrimento.

Foi também o fim de um trabalho.

Antes de Jesus morrer na cruz, a humanidade estava escravizada pelo pecado; irremediavelmente condenada.

Estávamos destinados a morrer no cativeiro.

Um preço precisou ser pago para nos resgatar, nos comprar de volta do pecado e da morte. Quando Jesus disse: “Está consumado”, anunciou, poderosamente, que estava pagando aquele preço por completo. Está consumado! Jesus liquidou tudo, pagou tudo, sofreu tudo. Esse era o trabalho que nenhum de nós jamais poderia realizar.

Agora, aqueles que confiam em Jesus não têm nenhuma dívida pendente. Jesus não morreu, até que tivesse certeza de que tudo estava terminado; que havia de fato cumprido sua missão. Ele estava, mesmo em meio a todo aquele sofrimento, no controle de tudo. Portanto, não temos nenhum pagamento a efetuar, não há o que possamos acrescentar. Está consumado!

E esse não foi um gesto de alguém derrotado, resignado. Jesus deu, na verdade, um brado de vitória. Missão cumprida! (João 17.4; Rm 8.1)
Por causa desse penoso sacrífico ganhamos a vida eterna com Jesus Cristo.

A ressurreição
É preciso ter em mente que José de Arimateia e Nicodemos já haviam envolvido o corpo com bandagens de linho, embebidas de um misto de mirra e aloés (Jo 19.38-42). Entretanto, o corpo morto não havia sido ainda ungido.

Passado o sábado, as mulheres compraram o que se necessitava para ungir o corpo. E assim, no domingo bem cedo, vão ao túmulo para os cuidados com o corpo de Jesus, a fim de o prevenir da rápida decomposição (Mc 16.1,2; Lc 24.1).

Enquanto caminhavam em direção ao túmulo, uma preocupação as acompanhava: como remover a pedra do túmulo? Mas houve um terremoto. O anjo do Senhor removeu a pedra e assentou-se sobre ela (Mt 28.2). Este ato divino indicava a vitória, o triunfo de Cristo.

A ressurreição e o cumprimento das profecias

Deus é o autor das Escrituras. A ressurreição de Cristo foi anunciada pelo Espírito através dos profetas.
Caso Cristo não ressuscitasse, a Escritura teria falhado em seu testemunho a respeito do Filho, o que é impossível (1 Co 15. 12-15). O registro nas Escrituras comprovam o cumprimento da promessa: Sl 16.10; Is 26.19; Os 6.2; Lc 24.44-46 At 13.32-37.

Naquele dia memorável, as mulheres viram o cumprimento destas promessas. Tudo no túmulo estava em ordem, mas Jesus já não estava ali (Mc 16.5; Jo 20.6-8).

A pedra, o selo, a guarda! Tudo isso dava um certo senso de segurança aos principais sacerdotes e aos fariseus (Mt 27. 62-66).

Mas não foi o suficiente para deter aquele que venceu a sepultura para nos dar vida eterna. A prova da ressurreição de Jesus foi a sua própria manifestação a algumas pessoas (1Co 15.6).

A ressurreição e a ordem para proclamar (Mt 28. 7,8)

As mulheres foram comissionadas a dizer aos demais discípulos o que tinha acontecido naquela manhã. O anjo disse: ide depressa e dizei aos discípulos que ele ressuscitou. Elas cumpriram a ordem, tomadas de um misto de medo e alegria.

Cremos na vitória de Cristo sobre a morte, o que nos impulsiona também a proclamar as boas novas da salvação.

A ressurreição é o motivo de nossa adoração (Mt 28. 9, 17)

Jesus ressurgiu e está à destra do Pai. No entanto, é necessário que observemos que, enquanto está assentado à destra de Deus, não é apenas um recebedor passivo do domínio e do poder, majestade e glória divinos, mas está ativamente engajado na continuação da sua obra como Mediador entre Deus e o homem.

A comunhão entre Deus e aqueles que o adoram não se dá pela simples consagração de um “espaço sagrado”, onde Deus e adorador venham a encontrar-se. O culto da nova Aliança é real porque o sacrifício de Jesus Cristo foi feito por nós e Deus o aceitou em benefício nosso.

Por meio da vontade de Deus temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo que nos habilita a ter comunhão com o Pai. Ele nos reconciliou com Deus e tem purificado nossas consciências das obras mortas, para também termos uma vida de adoração. Temos livre acesso a Deus por meio da obra maravilhosa de Jesus Cristo (Hb 10.19-25).

Conclusão
Há um hino do Hinário Novo Cântico que, em seu refrão, traz palavras de júbilo pela vitória de nosso Senhor Jesus sobre a morte:

Da sepultura saiu,
Com triunfo em glória ressurgiu!
Ressurgiu, vencendo a morte e seu poder,
Pode agora a todos vida conceder!
Ressurgiu, ressurgiu!
Aleluia! Ressurgiu! (Hino 274).

Essas palavras traduzem o brado de vitória que também podemos dar por causa de tão gloriosa salvação.
Temos vida porque Cristo entregou sua vida. Temos libertação porque cristo ressurgiu! Aleluia.

Rev. Jair B. Quirino