Quando nos ajuntamos na casa de Deus, trazemos conosco o desejo de adorá-lo pelo que Ele foi, é, e sempre será em nossas vidas.

          No culto, até mesmo agora, enquanto estamos aqui na terra, nós reunimos os santos e os anjos no festival de glória (Hb 12.22-29). Como nós nos reunimos com Cristo lá, somos exortados a nos reunirmos com ele aqui (Hb 10.19,25). Os filhos de Deus se reúnem em sua presença. Ser a assembleia, isto é, ser a igreja, é adorar a Deus em comunidade.

          Dizer que Deus nos fez à sua imagem é dizer que Deus no fez para si mesmo, e que ele nos fez para adorá-lo.

          O culto não é uma capacidade imaginativa, capaz de projetar uma perspectiva satisfatória para a emoção religiosa. Nem o culto nem a religião podem ser definidos à parte de Deus, pois o culto é a resposta da criatura à glória revelada do Criador. Quando o total abandono e a total devoção do culto são dirigidos a algum outro deus, sua própria natureza é pervertida. Essa perversão dá início a um espiral descendente de idolatria que o apóstolo Paulo traça (Rm 1.18-32). O culto se torna depravado não quando se transforma em um culto de prostituição ou em um ritual de derramamento de sangue, mas quando as criaturas se recusam a reconhecer o Único que merece devoção completa, absoluta e irrevogável (Rm 1.21-23).

          A esmagadora glória de Deus, revelada no evangelho, é a glória de sua graça. Não são somente o poder transcendente, a sabedoria e a justiça de Deus que exigem nossa adoração, mas também seu amor e sua misericórdia.

          Os hinos de louvor da igreja são uma forma de expressar sua convicção no amor de Deus; esse amor divino que muda o destino de pecadores perdidos e lhes dá a filiação com o amado. “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2Co 3.18)

          A glória do Senhor que atrai nosso louvor se torna uma bênção que cada vez mais transforma nossa existência, e que finalmente nos tornará semelhantes a Cristo. Essa grande esperança é o que deve caracterizar e encher o coração de todos aqueles que cultuam a Deus.

A Deus toda glória!

Rev. Jair B. Quirino (Adaptado da obra: Igreja, de Edmund Clowney).