Quando contava parábolas, Jesus traçava verbalmente quadros que retratavam, de forma nítida, o mundo ao seu redor. Ele descrevia aquilo que acontecia na vida real. Fazia isso, tirando do cotidiano das pessoas, fatos conhecidos para ensinar uma nova lição. A lição, na maior parte das vezes, vinha no final da história e provocava um impacto que precisava de muita atenção para ser entendido e assimilado pelos ouvintes.
Ao contar a parábola do filho pródigo, Jesus ensina sobre o valor que deve ser dado ao que se perdeu e foi achado. Sua mensagem ganha intensidade, pois trata do relacionamento familiar entre um pai e dois filhos.
O mais moço destes filhos pede, antecipadamente, a parte da herança que lhe cabia, o que revelou seu desrespeito para com o pai, tratando-o como se já estivesse morto. No entanto, o pai concede ao filho o que ele lhe pede.
Depois de alguns dias, o filho ajuntou tudo o que era seu e partiu para uma terra distante. Lá, dissipou tudo, vivendo dissolutamente (v.13). Ele passou muito tempo em um país distante, até que sobreveio um período de fome extrema, e esse jovem começou a passar necessidade. O que lhe restou foi cuidar de porcos. Esta ocupação era humilhante para qualquer israelita, visto que o contato com porcos tornava alguém cerimonialmente impuro (Lv 11.7; Dt 14.8). O jovem chegou a um estado de extrema miséria, a ponto de desejar fartar-se da comida de porcos, mas ninguém lhe dava nada (v.16).
É neste momento, de total pobreza material, que reconhece o seu estado de miséria espiritual. Ele cai em si (v.17). Decide voltar para seu pai. Ele reconhece que pecou contra Deus e contra seu pai. Embora não se considerasse mais digno de merecer a bênção do pai, decide voltar pra casa.
A palavra de Deus nos diz que “vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e o beijou.” (v. 20) O pai não demorou para chamar a todos da casa, a fim de se alegrarem com ele numa grande festa. A explicação para este regozijo é que o filho “estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (vv. 23,24).
Por outro lado, o filho mais velho não entendeu essa reação do pai, pelo que muito se entristeceu. Mas o pai mais uma vez enfatizou a importância de se alegrar porque o irmão mais novo havia sido salvo de seu estado de miséria. Era um milagre para ser festejado!
Vemos, nesta parábola, o cuidado amoroso do pai diante do arrependimento demonstrado pelo filho pródigo, que reconheceu seu pecado diante de Deus e de seu pai. Entendia que havia perdido toda a sua dignidade. Mas o pai amorosamente o acolheu e o reconduziu à sua posição de filho legítimo.
Podemos aprender, com esta narrativa apresentada por Jesus, que Deus também faz assim com aqueles que se arrependem de seus pecados. Ele revela sua misericórdia e o caminho de volta pra casa, por meio de Jesus Cristo, seu Filho, que busca aquele que está perdido.
Portanto, a dádiva da salvação que recebemos de Deus não deve ser desprezada, mas celebrada na companhia de nossos irmãos e amigos. Este regozijo vem da experiência única que só pode ser encontrada por meio do grande amor de Deus, em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

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