É lamentável observar que há pessoas que insistem em não compreender que Deus, em sua Providência, detém em sua mão todos os eventos que envolvem suas criaturas e que nada pode fugir ao seu controle. As pessoas que não creem nessa verdade agem como aqueles a quem o salmista se referiu no Salmo 14,1: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem”.
Essa forma de ver a vida é agora mais intensificada por uma pretensa confiança no desenvolvimento cientifico e tecnológico que assegura uma falsa orientação das ações humanas.
O século XX trouxe consigo a concepção de que o homem é capaz de criar mecanismos nunca antes imaginados. Isso o leva a desprezar conceitos e princípios antigos para desbravar um futuro que acredita ser promissor e que pode ser vislumbrado já no presente.
Assim, o homem moderno, quando enfrenta algum tipo de adversidade, procura atribuir seu infortúnio a acasos, à má sorte, ao erro de cálculo, à incompetência. Esse tipo de raciocínio comanda a mente daqueles que não depositam sua confiança em Deus. São pessoas ímpias que procuram viver uma vida distante de Deus e de sua palavra.
O que dizer ou explicar, por exemplo, quando tudo o que este homem projeta ou constrói, alicerçado em suas convicções humanas de que detém o controle absoluto de suas ações, cai diante de seus olhos como castelos de areia feitos numa praia qualquer, num despretensioso final de semana?
Um fato, por exemplo, que abalou drasticamente as estruturas do pensamento humano – com respeito aos impérios imponentes que o homem constrói – símbolos de soberania e opulência econômicos, foi a queda das duas torres gêmeas do imponente edifício World Trade Center, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001. Aquilo que não dava a mínima mostra de que um dia viesse a ruir, transformou-se numa das maiores tragédias registradas na história contemporânea. Naquele fatídico dia, a sede do Pentágono, símbolo da inteligência em termos de segurança e proteção da nação, também fora atingida. A partir daquele terrível ato terrorista, o mundo parou estupefato e sem ação diante de uma crise sem precedentes para a história dos Estados Unidos. O luto visitou imperiosamente milhares de famílias.
Os ataques não chocaram apenas os Estados Unidos. Sem dúvida, pode-se afirmar que muita coisa mudou no mundo, após esses atentados. Junto com as torres gêmeas, também caiu o mito de que o território americano jamais pudesse ser invadido em seu espaço aéreo. No dia dos ataques foram quase três mil vidas que sumiram nas cinzas e escombros que sobraram desse aterrorizante ataque.
São fatos como esses que revelam o quanto o homem é dependente de Deus.
O profeta Isaías, que viveu num contexto de decadência espiritual de Israel, traçou, em linhas vivas, o que Deus, em sua grandeza, representa sobre todas as coisas: “Quem na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu na terça parte de um efa o pó da terra e pesou os montes em romana e os outeiros em balança de precisão? Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento? Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta” (Is 40.12-15).
O profeta deixa bem claro que não há nada que se compare à grandeza de Deus, o que deve levar o homem a reconhecer que tudo o que cria, todos os seus avanços na área da ciência, tecnologia, medicina e demais segmentos não seriam possíveis sem a permissão de Deus.
O pecado afasta o homem de Deus e o escraviza, causando nele a falsa impressão de que pode viver sem o auxílio de Deus.
Só a graça de Deus e sua misericórdia são capazes e totalmente suficientes para alcançar o ímpio, levando-o a reconhecer que só Deus pode plantar em seu coração a verdadeira confiança e esperança de um futuro promissor, tendo o seu coração transformado por Jesus e humilhado na presença poderosa de nosso grande Deus.
Rev. Jair B. Quirino