Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. (Tiago 4.14)
Neste versículo da palavra de Deus, Tiago lança a seguinte pergunta: O que é a vossa vida? Ele chamou a atenção dos leitores de sua carta para que pensassem na vida. A pergunta de Tiago, portanto, é perturbadora.
Geralmente é possível pensar na vida quando uma grave enfermidade acomete o homem. Isso pode fazer com que se pense na vida. Quando, repentinamente, se perde um ente querido. Isso pode fazer com que se pense na vida. Mas o que é a vida?
O próprio escritor da carta já havia comparado a vida à flor da erva, no capítulo 1, verso 10. Isso também nos leva a pensar no livro de Eclesiastes, mais especificamente no capítulo 1, verso 2, onde temos: “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.
Este reconhecimento realista da brevidade e incerteza da vida, e mesmo as figuras usadas para descrevê-la, são encontradas com frequência nas Escrituras. Provérbios 27.1 nos adverte: “Não glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz”. Ainda, no Salmo 102.3, lemos: “Porque os meus dias, como fumaça, se desvanecem, e os meus ossos ardem como em fornalha”.
É possível entender, então, o porquê da insistência de Tiago em chamar a atenção daqueles irmãos judeus que estavam vivendo na chamada Dispersão. Nos planos que estavam elaborando, não consideravam a soberana vontade de Deus. Provavelmente, por estarem vivendo longe de sua pátria, distante talvez de suas famílias, procuravam traçar projetos que os fizessem se sentir seguros. Tiago os adverte, chamando-lhes a atenção para o fato de que a vida é passageira. Antes de qualquer plano, aqueles irmãos deveriam consultar o Senhor, o criador da vida.
Essas considerações nos despertam para a realidade de que não sabemos o que pode acontecer no minuto seguinte de nossa vida, porque ela é passageira, é neblina, é vapor. Hoje estamos aqui; amanhã, já não temos esta mesma certeza.
Quando vivemos na perspectiva de que é Deus quem governa nossas vidas, então, nosso viver passa a ser sempre delineado por atitudes humildes que glorificam a Deus.
Portanto, aprendamos a viver inteiramente submetidos à perfeita vontade de Deus porque é para essa lição que Tiago chama a atenção de seus leitores no verso 15, do mesmo capítulo 4: “Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo”. Que seja este o nosso alvo!
Rev. Jair B. Quirino